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O futuro do mercado dos desmontes

Consolidação é a rota dos centros de desmontagem no Brasil.

Já é sabido que o intercâmbio de peças automotivas pelo mundo está cada vez mais comum, cada dia que passa existe menos diferença entre os veículos que rodam por aqui com os do resto do mundo e as montadoras também vêm ao longo dos anos padronizando suas cadeias produtivas. Isso gera eficiência e reduz custos.

A falta de recursos naturais, o preço elevado das commodities, a pandemia, os problemas políticos resultantes em guerras, toda insegurança vivida no mundo de hoje, impacta diretamente a cadeia produtiva dos automóveis, muito se ouviu falar na crise dos chips semicondutores, de pátios cheios aguardando peças para concluir a montagem de veículos.

Pois é, o mundo está ficando pequeno para tanto, e com isso uma onda de planos de reutilização vem sendo colocados em prática. O termo circular manufacturing (manufatura circular) é parte do tema do European Green Deal (Acordo Verde Europeu), que prevê a nulidade de emissões de carbono em 2050, isso significa atingir um ponto de equilíbrio, a favor do não aquecimento global.

Nessa temos empresas como Stellantis, que quer se tornar uma empresa Carbono Net Zero até 2038. Com uma estratégia chamada de 4R – Remanufatura, Reparação, Reutilização, Reciclage, inaugurou em 2023 o Hub SUSTAINera em Turim, Itália, que lida com a remanufatura de motores, caixas de embreagens e baterias de alta tensão de veículos elétricos, bem como do recondicionamento e desmontagem de veículos, criando um centro de excelência voltado à industrialização da reparação e do reaproveitamento sustentável de peças e materiais. E ainda montou uma joint venture com uma empresa chamada Galloo, que cuida de reciclagem na Europa.

O grupo ainda controla a B-Parts, que é o maior site de autopeças usadas da Europa. A empresa hoje conta com mais de 7 milhões de peças reutilizáveis conectadas ao seu portal. Além de toda sua força na Europa, está invadindo os EUA. A Stellantis já trouxe o SUSTAINera para o Brasil, e com certeza deve investir em reutilização com consistência nos próximos anos por aqui.

Sabemos também que no Brasil, as leis estão prontas para esse novo modelo, mais sustentável e consciente, só é preciso revisar uns pontos de restrições da lei de 2014, colocar em prática algumas atividades relacionadas a controle e ampliar as fiscalizações, coibindo desmontes irregulares e garantido a economia circular. Acreditamos que todo esse movimento virá com força para cá nos próximos anos e a Base está cada dia mais pronta para esse momento.